Um vídeo do
Professor Pedro Calabrez: Amor e Solidão, me inspirou a escrever esse texto,
aliás, não só me inspirou, como vários trechos, saíram do conteúdo passado.
Um poeta de
língua alemã do Século XX, Rainer Maria
Rilke, certa feita disse: “O amor são duas solidões que se protegem, se tocam e
se acolhem.”
Já parou para
pensar, por qual razão você busca um amor?
Em algum momento,
percebeu que as relações hoje em dia estão meio no automático? Você mal acaba
um relacionamento e já engata em outro?
A sensação de falta,
por vezes nos faz buscar um atalho, talvez alguém para suprir, tapar o buraco
do nosso vazio existencial.
Uma nova paixão
pode ser o caminho, a famosa demência temporária, ocorre que, nem sempre é a
melhor opção, quando passa a catarse, você se depara com ele, “o vazio” e aí se
pergunta: Onde eu fui me enfiar?
Talvez não fosse
o momento de se envolver com alguém!
Uma frase
atribuída a Fernando Pessoa, mas que me parece que foi atribuição
equivocada, exprime tão bem o que quero
dizer:
“Enquanto não atravessarmos a dor da
nossa própria solidão, continuaremos a nos buscar em outras metades. Para viver
a dois, antes é necessário ser um.”
Encarar a solidão,
é compreender a realidade da existência enquanto ser humano, ninguém respira por
nós, ninguém sente as nossas dores, quando morrermos, faremos a passagem
sozinhos, portanto, essa é uma realidade sobre a vida.
O querer estar
com alguém não deve ser para suprir o vazio, do contrário, a probabilidade de
não dar certo é bem grande.
Então, qual a
razão de querer encontrar um amor?
Primeiramente
precisamos ter a consciência de estarmos preparados, querer compartilhar algo
bom genuinamente.
Relacionamento
não é para qualquer um, precisa maturidade, desejo de estar com alguém.
Precisa preparo
para a entrega, esquecer o ego, dividir a intimidade, se abrir para que o outro
conheça nossa nossas qualidades, fragilidades e vulnerabilidades.
Alguém que o
corpo chama, a mente aprova, sentir aquela vontade de dormir e acordar do lado,
desejar que aquele momento se prolongue, quem sabe pra sempre.
Alguém, que apesar da caminhada existencial ser
individual, sintamos, que a sua presença deixou-a mais
leve, mais alegre, menos só, alguém para aqueles dias em que a solidão
se fizer presente, e sentir que a sua
presença nos trará mais coragem para encarar as angustias, pois, em que pese
não prosperar a “tese” da nossa metade da laranja, tampa da panela, juntos
somos mais fortes e melhores.
Amor, para
Aristóteles e Spinosa, é a ideia da alegria pela presença ou existência de
alguém ou de algo em sua vida.
Amor, é quando
você olha para uma pessoa e diz : Existe uma alegria em mim, e a causa dessa
alegria é a ideia de saber que você existe!
Essa deve
ser a razão da busca por um Amor, você só
precisa estar inteiro, não precisa ser perfeito, só precisa ser bom e
recíproco.
Pois é. São tantas discussões, visões e análises que nos perdemos da natureza, da naturalidade do amor. O amor platônico está baseado no eros, no desejo. O desejo sexual, a vontade de ter com o outro uma troca física. Para mim, mais do que discutir, está aí a solda de uma parceria importante. Mas não me supro com a satisfação física por muito tempo. Uma hora preciso de mais, hoje, do alto da maturidade. Me atiça uma conexão que vai além da carne. Do diálogo, do paladar apurado de um sorriso de afeto, das mãos entrelaçadas como armas cruzadas num brasão, para enfrentar os desafios pela frente... Preciso da cumplicidade de uma mulher que queira dividir a responsabilidade de um crime da vida: ser feliz.
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